segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Volto, finalmente volto!

       E hoje é para falar dele. Hoje venho falar sobre um dos mais importantes poetas brasileiros de todos os tempos (não faz sentido dizer que gosto de literatura e não dizer nada sobre o assunto). Então, acho muito cômodo começar com um dos meus preferidos: Augusto dos Anjos.
       Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu na Paraíba, no dia 20 de Abril de 1884. Foi um poeta brasileiro, famoso pela originalidade temática e vocabular, na fase que antecedeu o modernismo. Recorreu a uma infinidade de termos científicos, biológicos e médicos ao escrever seus versos de excelente fatura, nos quais expressa por princípio um pessimismo atroz. Mas enfim, serei breve; prefiro apresentá-lo a quem não o conhece com um de seus poemas.
       Faleceu aos 30 anos de idade de idade vítima de uma pneumonia em Leopoldina, no dia 12 de novembro de 1914.
       Sua única obra, Eu, foi publicado em 1912. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, seu livro, que canta a degenerescência da carne e os limites do humano, só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.
       Então, em homenagem a esse grande autor, venho com uma de suas poesias mais conhecidas, e que o define bem:

              "Psicologia de um vencido"  
    
              Eu, filho do carbono e do amoníaco,
              Monstro de escuridão e rutilância,
              Sofro, desde a epigênesis da infância,
              A influência má dos signos do zodíaco.

              Profundíssimamente hipocondríaco,
              Este ambiente me causa repugnância...
              Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
              Que se escapa da boca de um cardíaco.

               Já o verme — este operário das ruínas —
              Que o sangue podre das carnificinas
              Come, e à vida em geral declara guerra,

              Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
              E há-de deixar-me apenas os cabelos,
              Na frialdade inorgânica da terra!
                                                                                 Augusto dos Anjos


  E, enfim, essa foi minha singela homenagem à um dos maiores poetas do nosso país. Até o próximo post.

 
         
 

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